Estudo do efeito de aplicação de ceras em uva Niágara (Vitis labrusca l.) na elaboração de vinho
Resumo
A uva cultivar Niágara Rosada (Vitis labrusca L.), utilizada para fazer vinho rosê, é uma fruta não climatérica, devendo ser colhida já madura. Para aumentar sua vida de prateleira e, consequentemente, a produtividade de vinho, foram aplicados três tipos de cera nas uvas: amido de milho, quitosana e Aloe vera. O objetivo deste trabalho foi corroborar a teoria de conservação da uva Niágara Rosada com aplicação de cobertura comestível e verificar possíveis interferências nas propriedades químicas e alteração na intensidade de cor no produto final. Para tal, foram feitos acompanhamento de shelf-life da uva por meio de análises de índice de degrana e teor de sólidos solúveis, análises físico-químicas no vinho de teor alcoólico por destilação e ebuliometria, acidez volátil e concentração de fenólicos, além de análise sensorial visual de comparação múltipla das amostras. Concluiu-se que a presença da cera de quitosana apresentou a melhor extensão para shelf-life, pois o índice de degrana apresentou os menores valores na maioria dos tempos estipulados, assim como a concentração de sólidos solúveis tendeu à estabilidade, quando comparada às demais amostras. O teor de compostos fenólicos indicou maior concentração na amostra de quitosana. Aspectos como teores alcoólicos e acidez volátil não mostraram tendência de alteração quanto da presença das ceras.Referências
BARNABÉ, D. Produção de vinho de uvas dos cultivares Niágara Rosada e Bordô: Análises físico-químicas, sensorial e recuperação de etanol e partir do bagaço. 2006. 106 f. Tese (Doutorado) - Curso de Energia na Agricultura, Unesp, Botucatu, 2006.
BOURTOOM, T. Edible films and coatings: characteristics and properties. International Food Research Journal, [S.l], v. 15, n. 3, 2008.
DETONI, A. M. et al. Uva "niágara rosada" cultivada no sistema orgânico e armazenada em diferentes temperaturas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 3, n. 25, p.546-552, jul. 2005.
GUERRA, C. C.; BARNABÉ, D. Vinho. In: VENTURINI FILHO, Waldemar Gastoni et al (Org.). Tecnologia de bebidas. São Paulo: Edgard Blüscher Ltda, 2005. Cap. 17. p. 423-452.
LAJOLO, F. M. Metabolismo de carboidratos durante o amadurecimento de frutos: aplicações da genômica funcional. 2009. 123 f. Monografia (Especialização) - Curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, USP, São Paulo, 2009.
LUVIELMO, M. M.; LAMAS, S. V. Revestimentos comestíveis em frutas. Estudos Tecnológicos em Engenharia, [S.l], v. 8, n. 1, jan./jun. 2012.
MANUEL, V. Y. L. L. A planta medicinal Aloe vera na indústria alimentar. 2011. Tese (Doutorado) - Curso de Mestrado em Inovação Alimentar, Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, Portugal, 2011.
MAZARO, S.M. et al. Comportamento pós-colheita de frutos de morangueiro após a aplicação pré-colheita de quitosana e acibenzolar-smetil. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 30, n. 1, p.185-190, mar. 2008.
PARENTE, L. M. L. et al. Aloe vera: características botânicas, fitoquímicas e terapêuticas. Arte Médica Ampliada,São Paulo, v. 33, n. 4, out./nov./dez. 2013.
RIZZON, L. A.; MIELE, A.; MENEGUZZO, J. Avaliação da uva cv. Niágara para a elaboração de vinho tinto.Ciência e Tecnologia de Alimentos,Campinas, v. 20, n. 1, abr. 2000
RIZZON, L. A.; MENEGUZZO, J.; MANFROI, L. Documentos nº 38: Planejamento e instalação de uma cantina para elaboração de vinho tinto. EMBRAPA, Bento Gonçalves, RS, 2003.
RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinho Tinto: Recebimento da uva. 2006. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Vinho/SistemaProducaoVinhoTinto/recebimento.htm>. Acesso em: 18 out. 2015.
RIZZON, L. A.; ZANUZ, M. C.; MANFREDINI, S. Como Elaborar Vinho de Qualidade na Pequena Propriedade. Bento Gonçalves: Embrapa, 1994.
SILVA, M. C. et al. Qualidade pós-colheita de caqui ‘fuyu’ com utilização de diferentes concentrações de cobertura comestível. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 1, jan./fev. 2011.
SOPHIA, O.; ROBERT, G. M.; NGWELA, W. J. Effect of Aloe vera gel coating on postharvest quality and shelf-life of mango (Mangifera indica L.) fruits Var. 'Ngowe'. Journal Of Horticulture And Forestry. [S. l], p. 1-7. jan. 2015.
SOUSA, S. F. et al. Estabilidade físico-química da uva Itália (Vitis vinifera L.) obtida por diferentes concentrações de amido de milho e armazenada em refrigeração. Revista Magistra, v. 26, 2013.
TAMURA, M. S. Qualidade pós-colheita de uva de degrana revestidas com películas biodegradáveis e conservadas sob refrigeração.2012. 72 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2012.
UENOJO, M.; PASTORE, G. M. Pectinases: aplicações industriais e perspectivas. Quí¬mica Nova,Campinas, v. 30, n. 2, p.388-394, jan. 2007.
VALVERDE, J. M. et al. Novel Edible Coating Based on Aloe Vera Gel To Maintain Table Grape Quality and Safety. Journal of Agricultural and Food Chemistry,S.l., v. 53, n. 20, out. 2005.
VARGAS, P. N. et al. Determinação do teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante em suco de uva comercial. Alimentos e Nutrição,Araraquara, v. 19, n. 1, jan. 2008.
VARNAM, A. H.; SUTHERLAND, J. P. Beverages:Technology, chemistry and microbiology. London: Chapman & Hall, 1994.
WEBER, F. H.; COLLARES-QUEIROZ, F. P.; CHANG, Y. K. Caracterização físico-química, reológica, morfológica e térmica dos amidos de milho normal, ceroso e com alto teor de amilose. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 29, n. 4, p.748-753, out./nov./dez. 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, de forma gratuita, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).